Hoje, finados. Dia triste para muitos. Data de reviver momentos com os que já partiram.
Somos feitos de lembranças e projeções, quando algo finda esse ou aquele momento, lamentamos, choramos e nos vemos sem muita consolação e animo.
Só que não podemos apenas lamentar, estamos vivos e isso já demonstra que as esperanças de novos momentos bons podem acontecer com os que aqui ficaram.
Um ritual, que repetisse todos os anos é visto nos cantos remotos e zonas urbanas do nosso país. Familiares carregando flores, velas, objetos de promessas, perfumes, cartas, desenhos, membros de cera, de tudo tem um pouco. E dentro de cada um, lágrimas. Dor que o tempo não apaga, mas ajuda a apaziguar. Acredito no cultivo diário do nosso amor, mas não credito méritos aos que “pós perda” fazem juramentos, promessas e infinitas ações desnecessárias pelos que já partiram. O que podemos fazer por alguém que não tem mais vida? Quando amamos verdadeiramente, demonstramos para essas pessoas enquanto entre nós estão. Não tenho medo da morte, tenho medo do que deixei de fazer em vida. Lamento todas as minhas perdas. Mas não lamento todos os erros.
Escrevo muito sobre o amor, e nele acredito veemente. Hoje, resolvi não falar de amor amante, apaixonado, mas de amor fraterno. O amor fraterno é um amor
Próprio de irmãos. Não é discurso evangélico, ou coisa do gênero. Não.
Em minha pequena estrada percorrida, tive diversas provas que não podemos vencer nada sozinhos. Então, antes que o infortúnio da perda encontre os nossos caminhos, vamos amar sempre. Demonstrar sempre. E acima de qualquer coisa, devemos fazer tudo que possamos pelos que de alguma forma nos emociona. Seja qual for à maneira pela qual essa emoção chega dentro do nosso ser.
Cecília Tavares
02/11/2009
21h00min

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