sexta-feira, junho 18, 2010

Amanhã é aniversário de um grande mestre,Chico Buarque!


Fala sério!Quem não gostaria que o Chico estivesse feito uma música com o seu nome?rs!
Amo!
Bom final de semana.

Chico Buarque

Cecília



Quantos artistas
Entoam baladas
Para suas amadas
Com grandes orquestras
Como os invejo
Como os admiro
Eu, que te vejo
E nem quase respiro

Quantos poetas
Românticos, prosas
Exaltam suas musas
Com todas as letras
Eu te murmuro
Eu te suspiro
Eu, que soletro
Teu nome no escuro

Me escutas, Cecília?
Mas eu te chamava em silêncio
Na tua presença
Palavras são brutas

Pode ser que, entreabertos
Meus lábios de leve
Tremessem por ti
Mas nem as sutis melodias
Merecem, Cecília, teu nome
Espalhar por aí
Como tantos poetas
Tantos cantores
Tantas Cecílias
Com mil refletores
Eu, que não digo
Mas ardo de desejo
Te olho
Te guardo
Te sigo
Te vejo dormir

quinta-feira, junho 17, 2010

Meu dia por Mário Q...O desejo é seu,pinte sua cor!



E agora pedem-me que fale sobre mim mesmo. Bem! Eu sempre achei que toda confissão não transfigurada pela arte é indecente. Minha vida está nos meus poemas, meus poemas são eu mesmo, nunca escrevi uma vírgula que não fosse uma confissão. 




BILHETE
Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...
Mário Quintana
DAS UTOPIAS
Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas!
Mário Quintana
Esquece todos os poemas que fizeste. Que cada poema seja o número um.
Mário Quintana
Não tem porque interpretar um poema. O poema já é uma interpretação.
Mário Quintana

quarta-feira, junho 16, 2010

Resposta





Você sabe que muitas vezes espero que você fale, que o seu desejo não se cale diante da minha presença. Sigo regando seu canteiro e aliviando suas faltas. Meu desejo é represado, mas não há um só dia sem Vazão. Estamos sempre nos encontrando com sentimentos imoderados,sede nas mãos. Autenticas atitudes nos cercam, encontros que deixam insônia, palavras que pedem complementos... Vogais interrompidas com o beijo. Esta é uma carta redigida sem tintas, para responder inesperadas palavras tuas e conduzir aos teus olhos pensamentos febris. Com meus poemas alcanço telhados de vidro, corações feitos com papel de carta, sangue quente como uísque. Mas quando são feitos para serem seus, minhas essências estão expostas. Cada poeta deixa as pistas que pode,
...
As minhas estão na tua boca, na tua sala, marcadas na sua pele e sussurradas com a luz apagada.

Espera...Sempre existe uma volta.



domingo, junho 13, 2010

Carta não enviada.



Penso muito, e às vezes quase nada antes de te dizer alguma coisa. Busco palavras, mas não sei onde encontrá-las. Todas somem do meu alcance. As madrugadas são longas e escrevo para manter à calma. Jogo o que escrevo dias depois fora, me reescrevo. Escrevendo não me deixo ir embora. Palavras são culpas e ações caladas. O instante em que o silêncio é um hiato com sílaba Tônica. O meu próprio amor é desatenção, construção esquecida no meio de todos os monossilábicos. Tenho campos minados de pureza e contramão. Penso em preservar você, deixar as coisas mudas, calmas e sempre em turbilhão interno, mas não consigo. Quero te pegar com as mãos cheias de sonhos, quero nos despencar no imaginário, mas encontro o real com sua terrível e devastadora limitação. Vivo deixando pistas do meu mundo, dos caminhos que você pode seguir entrando pela porta da frente, deixar os chinelos na sala e sentar no meu confortável silêncio. Meu mundo é simplista e tem seus deslumbres momentâneos. Sei que pode parecer egoísmo, sou eu demais nas minhas colocações, mas se não me expor com todas as feridas, serei exposição de acervo particular, documento de folhas perdidas e coração esquecido sem prazo. Você fala do meu discurso poético, esconde suas faces, mergulha nos escuros olhos da sombra que te envolve, mas não preenche uma só lauda com o meu amor perene. Sou quem as mãos escondem versos angustiados e sedentos, palavra voraz me consome por dentro. Quero te dizer em tom baixo, sem data festiva no calendário ou motivo aparente. Quero te tocar demarcando seu ventre, contar insuspeitos segredos e palavras quentes. Recortando-te com as pontas dos dedos sempre que os corpos paralisem o tempo. Sentir teu cheiro e comungar nossos sorrisos. Não quero nada além da sua constante felicidade, fazer parte dela já dispensa qualquer aprofundamento. Basta um sinal mesmo que discreto teu e vou te mostrar os desejos. Seja calma ou veloz... Não tenha medo. Arriscar um novo caminho é surpreender todos os sentimentos.

Cecília Tavares
15h24min
13.06.2010


Lanço-te nas amarras do vento
E sobro na primeira revoada de sonhos,
Fico vagando no tempo
Entre o querer e o encanto.
Deixo o vermelho vibrante como passagem do tempo,
O sabor do vinho seco, que ao tocar teus lábios, recebe doce incorporamento.
E da união improvisada do desejo,
Envolvo-te como um pássaro,
Convidando ao passeio no campo.


Cecília Tavares
14h38min
13.06.10

Versos esquecidos.




Encontro-me exatamente onde me perco,
Dobrando aquela esquina, te encontro.
Vejo-me caminhando no meio
Entre a lucidez e o espanto
Exatamente ali... me escondo.
Volto por dentro do beco, junto ao córrego, caindo em cheio.
Levanto limpando a cabeça, juntando o tronco,
Mas sou meio.
Deixo a sordidez do meu canto,
A lembrança de fevereiro,
A saudade no pranto.
Escavo a cova com o dedo,
Pequena vala sem fundo,
Levo vazio meu Deus.
Lamento tua boca que não vejo,
Seu olhar de desprezo e o sepultamento de um homem.

Cecília Tavares
14h11min
13.06.10