Quando sozinha ainda me tenho
Embora meio perplexa de ser
Mas verdadeiramente sou concebida no instante que te vejo
Situando-me na correnteza
Vejo que é preciso represamento
Mitigar essa dor
Estou espalhada nas águas que me evaporam
Sou névoa fragmentada por mim
Perdidamente lamento viver
Encantada por tanto flórido
Há um cortiço de sentimentos seus em mim
Há dor sobrando na palavra
Que parece mixe
Quando tenho você
Faz falta a tua fala
Fagulha incandescente que me salta
Meu corpo é brasa
Extasiado com suas proximidades
Belos ecoantes silêncios das tuas chegadas
Novamente nasci
Mas não há tanta alegria
Tenho monofobia de mim
Preciso de uma vazão
Meu sangue é rio seu
Mas nas minhas barragens
Você provoca estesia
Como te deixar sangrar de mim?
Não posso fundear junto com você
Posso me encontrar desfigurada demais
E se o eu não me quiser de volta?
Meu âmago,
Não me chegue mais sem volta.
Vivo em sua presença
Lentamente as rochas rolam fechando as comportas
Sinto seu amavioso abraço
E não mais quero me ter
Alma incompleta do meu entrecasco,
Sei que não é seguro,
Mas não aprendi a represar fascínios.
Cecília Tavares
12h45min
20.08.10

